2009-03-26

Crónica de Celso Alves Ferreira

THEATRO CIRCO



Começo por referir que a intervenção que este emblemático e histórico edifício Bracarense sofreu foi, sem margem para dúvidas, necessária assim como demorada e dispendiosa. Está em causa um edifício de grande relevância arquitectónica e histórica, marcando claramente um período específico da história portuguesa. Neste sentido, a cidade de Braga, em primeiro lugar, e o próprio País ficaram a ganhar com a reabilitação deste património, mantendo-se a identidade e traça original do edifício.

Acredito que os investimentos que se fizeram, fazem e farão no Theatro Circo tenham como prioridade satisfazer culturalmente o público Bracarense e também público de outras áreas geográficas. O Theatro Circo e os seus responsáveis devem ter sempre em consideração os gostos de quem procura e vai aos espectáculos, a agenda deve ser realmente diversificada e para gostos, idades e carteiras distintas.

É obviamente necessário que a cultura e as agendas culturais deixem de uma vez por todas de ser o parente pobre dos Orçamentos de Estado e Orçamentos Municipais.

É com agrado que registo a recente abertura do Theatro Circo à comunidade Universitária. No entanto julgo que este primeiro passo não deva ser um momento isolado, o Theatro Circo deverá estar sempre aberto às necessidades de todas as forças culturais. O aproveitamento deste belíssimo espaço que tem vindo a ser potencializado de forma a servir os interesses das comunidades deve ser um projecto de continuidade e em desenvolvimento futuro.

Braga necessita de um espaço onde se possa aglutinar culturalmente, caso contrário corremos o risco, tal como acontece a nível nacional em outros edifícios, da perda de identidade cultural e histórica da cidade, com o desuso do espaço em causa. Refiro-me a outros espaços que se encontram totalmente abandonados, em ruínas, alvo de esquecimento. Será então necessário contrariar esta situação, levando as pessoas a frequentar o espaço, através da implementação de políticas culturais que vão de encontro às expectativas e possibilidades económicas de públicos diversificados, para que a cultura não adquira um carácter elitista, mero privilégio das classes mais favorecidas.


Celso Alves Ferreira


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